A violência dentro e fora dos estádios de futebol é um assunto de extrema urgência. O problema, causado por facções dentro das Torcidas Organizadas, vem tomando proporções absurdas, com dados alarmantes. O Brasil é recordista no tema. Em uma pesquisa levantada pela FIFA, em abril de 2012, foram constatadas, desde o ano de 1988, 155 mortes envolvendo confusões entre Torcidas Organizadas no Brasil. No final do ano passado, o sociólogo Maurício Murad fez um estudo a respeito da violência no futebol brasileiro. 2012 foi o ano com o maior número de mortes dentro e fora dos estádios. Até setembro, 17 mortes foram registradas. Números preocupantes, já que existem leis, no Estatuto do Torcedor, que punem torcedores que praticam a violência. “O não cumprimento das condições estabelecidas neste artigo (13-A Condições de acesso e permanência do torcedor no recinto esportivo) implicará a impossibilidade de ingresso do torcedor ao recinto esportivo, ou, se for o caso, o seu afastamento imediato do recinto, sem prejuízo de outras sanções administrativas, civis ou penais eventualmente cabíveis.” (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).
Se existem leis, por que os casos de violência só aumentam? Simples: as leis não são cumpridas. Para se ter uma ideia, no ano passado, um torcedor do Santos, à caminho do Morumbi, num jogo contra o Corinthians, foi pego com 18 barras de ferro e 8 tacos de madeira. Ele com certeza não estava indo promover a paz nos estádios. A punição? O “torcedor” foi detido e liberado a noite, livre para continuar frequentando estádios Brasil a fora e praticar a violência. Não há punição severa em casos como esse. Por mais que sejam feitas campanhas contra a violência no futebol, ela só aumenta. O fim das Torcidas Organizadas seria a solução? Talvez. Mas, antes, algumas atitudes como criação de juizados especiais dentro dos próprios estádios, torcida única em clássicos e jogos em finais de campeonatos e banição de torcedores, que promovem a violência, dos estádios deveriam ser tomadas.
Por: Queli Mota