Escrito por Renan Thierre. @Erreihtnaner
Domingo, na Arena do Grêmio, a Seleção brasileira jogou bem e aplicou um 3 a 0 em uma seleção campeã do mundo e que não perdia para o Brasil há anos. Diferente daquela seleção que empatou em 2 a 2 com Inglaterra uma semana antes, e mostrou não ter uma defesa sólida para segurar um resultado. Qual delas se apresentará para nós a partir do dia 15 (Sábado), uma certeza: Total apoio da torcida brasileira não terá, e por quê?
Um exemplo: Oscar, menino nascido em Bauru, cidade do interior paulista, descoberto na base do São Paulo, mas por diversos problemas, se transferiu para o Internacional, onde fez seu futebol brilhar e chamar a atenção do Chelsea, time onde atua agora. Ao marcar o gol, ele disse ‘Eu sou daqui, eu sou daqui’, mas ao ser substituído, houve vaias, algumas para o técnico que o substituiu e algumas para o próprio Oscar, era a torcida gremista se manifestando contra o jogador. Portanto, o amor pelo clube hoje em dia está acima do amor pela seleção. Outro caso, Neymar, hoje jogador do Barcelona, já arrancou suspiros da torcida santista com seus dribles e gols, e por isso ganhou como prêmio, a má vontade de torcedores rivais de aceitá-lo como craque e aceitar que a chance que o Brasil tem nas duas Copas passa pelos pés do menino prodígio. E isso não é apenas uma ‘’qualidade’’ dos nossos tempos não. Em 1958, aquela seleção campeã do mundo, estava na frase de preparação para a Copa, jogava amistosos por contra times locais, em um desses jogos, Ari Clemente (zagueiro do Corinthians na época) quase aleijou um jogador de nossa Seleção, talvez vocês conheçam ele, apelidado de Pelé. Tudo isso só pela rivalidade entre os dois times, e adivinha com quem a maioria da torcida ficou? Com a sua seleção, a representante do seu país, ou o time de coração, não preciso nem responder.
Falando dessa seleção, em 1958, nesses jogos treinos, a seleção foi vaiada, isso mesmo, a Seleção campeã do mundo, foi vaiada. Em 2002, a seleção épica lembrada por todos, não ganhou NADA ‘’além’’ da Copa do Mundo. Vaias são normais e são aceitáveis, essa semana lendo a coluna de Luiz Zanin, que escreve as terças no jornal ‘O Estado de São Paulo’ li uma frase interessante: ‘Não devemos nos impressionar com a vaia, Ela é sinal de envolvimento. Devemos, sim, nos preocupar com a indiferença’.
Finalizando, qual é a identidade dessa seleção? Dos onze que iniciaram o jogo contra a França, apenas dois são de times nacionais, Fred (Fluminense) e Paulinho (Corinthians), alguns são memórias recentes da torcida são eles Lucas, Hernanes, Oscar e Neymar. Porém dentro da seleção também tem aqueles que são completamente estranhos há nossa memória. Quando e onde surgiu Dante, David Luiz, Luiz Gustavo entre outros? Juntando todos esses jogadores o que precisamos é que joguem de maneira reconhecível para assim, termos um time pra chamar de nosso.